quinta-feira, 29 de abril de 2010 | By: Saulo Diniz Ferreira

Carta a Igreja Neo-Sei-Lá-Oquê


"Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade". Efésios 4:22-24

Verdade... Devo minha salvação e reconheço isso ao direcionamento de uma base religiosa, partindo da premissa do nascer de novo em Cristo através do batismo nas águas e pela confissão dos lábios crendo em meu coração. Mas estou convencido que certas instituições religiosas (sem querer minimizar a importância da igreja, e sim alertar sobre efeitos adversos não presumíveis) são espécies de ídolos que apregoam funções para que tenhamos uma santidade assistida cada vez mais por homens e menos por Deus (Peguei pesado né?!) Levando um conglomerado cada vez mais significativo de pessoas a enraizarem tão fortemente suas expectativas numa igreja local que se esquecem de seus deveres enquanto templos do espírito santo.

É impossível conceber a idéia de um mundo em tais proporções desenvolvendo-se de forma não planejada rumo ao nada... Digo isso tão somente para deixar claro que não flerto com o ateísmo apesar de compreender seus argumentos em não levarem em conta as respostas simplórias aos seus questionamentos quanto a criação e ao próprio exercício da fé, e abro aspas aqui para dizer que “continuo freqüentando a denominação a qual congrego”. Contudo ultimamente tenho alimentado aversão a certas atitudes e coisas, eu não vou especificar em detalhes quais sejam essas coisas, mas cito aqui a questão do dinheiro, da prosperidade material, a promoção espiritual em detrimento de regras de regimento interno como se fossem umas das quatro virtudes cardeais (e não estou aqui me referindo ao simples e puro exercício dos princípios doutrinários expostos na bíblia como direcionamentos para a melhor ou pior conduta cristã)... Não considero essa onda crescente de movimentos pentecostais, neopetencostais, carismáticos e afins como um progresso, o que vejo são modelos adaptados de proposições contingentes. Sinto que a ciência vem abrangendo um espaço cada vez mais significativo no campo do conhecimento sobre as origens do universo, e isso deveria servir como um alicerce para sustentar nossa fé caso viéssemos deslumbrar tais progressos com a intenção única de aceitarmos o quanto somos insignificantes e desprezíveis frente a verdade ameaçadora de que tão pouco sabemos a respeito de tudo.

Mas se é esse o foco ele não tem se demonstrado de maneira clara, visto as críticas acirradas ao criacionismo e seus pretensos defensores e vice e versa. Assim sendo cabe a nós pretensos baluartes da esperança cristã o posicionamento efetivo contra tais inequívocos, ou no mínimo o debate aberto sem nos intimidarmos. Mas para isto devemos nos preparar e isto requer esforço pessoal no que se refere a busca de conhecimento e a superação de preconceitos.

Não receio expor meus pensamentos, tão menos receio me libertar da culpa que me pesa sobre os ombros e ser incompreendido e por isso desprezado... Sei que não mudarei nada com minhas palavras ditas como que sobre o escrutínio secreto de uma confissão, como se fosse um erro procurar respostas. Mas posso expô-las aqui e tentar abrir um debate sem outro intuito a não ser o de compartilhar sentimentos que por muito achei serem apenas meus.

A idéia de justiça então promulgada e conhecida e ainda defendida por todos, requer o inequívoco argumento sobre as diferenças de ordem socioculturais respeitadas pelos tratados políticos, e por vezes tão negligenciadas no âmbito religioso das relações interpessoais, entre nós irmãos e irmãs. Assim sendo faz-se necessário apresentar diante do fato a justificativa da eventualidade. Um exemplo disso é que a crença por mim sustentada aqui no Brasil difere da sustentada pelo indiano, e seria justo aceitarmos que inadvertidamente poderíamos ter a mesma crença que a dele caso tivessemos a sorte ou não de termos nascido naquele país.

O caso é que devemos sim estabelecer bases sólidas para sustentar nossa fé, estabelecendo a verdade de maneira sensata e sem violência seja ela física ou moral, promulgando-a sem imposição de espécie alguma, afim de não incorrermos no erro da injustiça, deixando o livre arbítrio ser exercitado como um atributo divino para aqueles que não se sentirem persuadidos pelo evangelho de Cristo no mínimo (e aqui estou sendo irônico)a idéia de que ainda assim podemos amá-los.

Preocupo-me com a condição de minha alma frente as sutis armas de ataque do inimigo, esse ser famigerado que parece exercer sua influência em todas as áreas de atuação humana, condicionando alguns persuadindo outros, sobre tudo preocupo-me com o rumo de meus próprios passos em busca da verdade, mas continuo a caminhar e é por reconhecer que não há, nunca houve ou haverá amor maior do que o de Cristo que devo persistir até sua volta.

De Thiago Peixoto - Goiânia GO

Por Saulo Diniz Ferreira - Brasília DF

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segunda-feira, 26 de abril de 2010 | By: Saulo Diniz Ferreira

Qual é a Sua Fé?


Devemos aprender do exemplo de Davi a prudência de conservar armas provadas e eficazes. Muitos têm afirmado ser improvável que Davi matou o gigante utilizando uma pedra. Cumpre-nos usar os mais adequados instrumentos que pudermos encontrar. No que diz respeito às pedras que Davi apanhou no ribeiro, ele não as apanhou ao acaso. Davi as escolheu diligentemente, selecionando pedras lisas que se encaixariam com perfeição em sua funda, o tipo de pedra que ele imaginava serviria melhor ao seu propósito. Davi não confiava em sua funda. Ele nos disse que confiava no Senhor; todavia, saiu para confrontar o gigante com sua funda, como se estivesse sentindo que a responsabilidade era dele mesmo.

Esta é a verdadeira filosofia da vida de um crente. Você tem de realizar boas obras tão zelosamente como se tivesse de ser salvo por meio delas e tem de confiar nos méritos de Cristo como se não tivesse feito nada. Esta mesma atitude deve manifestar-se na obra de Deus: embora você tenha de trabalhar para Ele como se o cumprimento de sua missão dependesse de você mesmo, precisa entender com clareza e crer com firmeza que, afinal de contas, toda a questão, desde o início até ao final, depende completamente de Deus. Sem Ele, tudo o que você planejou ou realizou é inútil.

Deus nunca pretendeu que a fé nEle mesmo fosse sinônimo de indolência. Se a obra depende completamente dEle, não há necessidade de que Davi utilize a sua funda. Na realidade, não existe necessidade nem mesmo do próprio Davi. Ele pode virar suas costas, no meio do campo de batalha, dizendo: “Deus realizará a sua obra; Ele não precisa de mim”. Essa é a linguagem do fatalista; não é a linguagem que expressa a maneira de agir daqueles que crêem em Deus. Estes dizem: “Deus o quer; portanto, eu o farei”. Eles não dizem: “Deus o quer; por isso, não há nada para eu fazer”. Pelo contrário, eles afirmam: “Visto que Deus trabalha através de mim, eu trabalharei por intermédio de sua boa mão sobre mim. Ele concederá forças ao seu frágil servo e me utilizará como seu instrumento, que, sem Ele, não serve para nada”. Se você está disposto a servir a Deus, ofereça-Lhe o seu melhor. Não poupe nenhum músculo, nervo, habilidade ou esperteza que você pode dedicar ao empreendimento. Não diga: “Qualquer coisa será proveitosa; Deus pode abençoar minha deficiência tão bem quanto minha competência”. Sem dúvida, Ele pode, mas certamente não o fará.

De Charles Spurgeon - Uma Parte da série Fe Para Hoje.

Por Saulo Diniz Ferreira - Brasília DF

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quinta-feira, 22 de abril de 2010 | By: Saulo Diniz Ferreira

Santidade: A Necessidade de Santidade



Em último lugar, devemos ser santos porque sem a santidade na terra nunca estaremos preparados para desfrutar do céu. O céu é um lugar santo. O Senhor do céu é um Ser santo. Os anjos são criaturas santas. A santidade está estampada em tudo quanto existe no céu. O livro de Apocalipse expressa: “Nela nunca jamais penetrará cousa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira!” (Ap 21.27).

Apelo solenemente a todos quantos lêem essas páginas: como poderemos nos sentir felizes e à vontade no céu, se morrermos destituídos de santidade? A morte não opera automaticamente alguma transformação. O sepulcro não impõe qualquer alteração. Cada indivíduo haverá de ressuscitar com o mesmo caráter com que deu seu último suspiro. Onde será o nosso lugar, se vivermos hoje estranhos à santidade?

Suponhamos por um momento que você tivesse a permissão de entrar no céu sem santidade. O que você faria? Qual prazer você poderia usufruir ali? A qual dentre todos os santos você se achegaria; ao lado de quem você se sentaria? Os prazeres dele não seriam seus prazeres, os gostos deles não seriam os seus gostos, o caráter deles não corresponderia ao ser caráter. Como você poderia sentir-se feliz, se não tivesse sido santo neste mundo?

Atualmente, talvez você prefira a companhia dos negligentes e dos descuidados, dos dotados de mente mundana e dos cobiçosos, dos farristas e dos que buscam prazeres, dos ímpios e dos profanos. Porém, não haverá tais tipos de pessoas no céu.

Atualmente, talvez você sinta que os santos de Deus são por demais rigorosos, solenes e sérios. Você prefere evitar a companhia deles. Você prefere evitar a companhia deles. Você não se deleita na sua companhia. Porém, não haverá outro tipo de companhia lá no céu.

Atualmente, talvez pense que a oração, a leitura da Bíblia e o cântico de hinos evangélicos seja algo enfadonho e melancólico, uma atividade estúpida, algo que pode ser tolerado vez por outra, mas não usufruído com satisfação. Talvez você considere o descanso dominical um fardo e uma canseira; você não poderia passar senão uma pequena fração deste tempo adorando a Deus. Lembre-se, entretanto, de que o céu será um interminável descanso dominical. Os seus habitantes descansarão ali, noite e dia, entoando hinos de louvor ao Cordeiro e exclamando: “Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso”. Como é que um homem profano poderia encontrar prazer numa ocupação como essa?

Você imagina que uma pessoa profana se deleitaria em encontrar-se com Davi, Paulo e João, após uma vida inteira desperdiçada exatamente na prática daquilo contra o que eles falaram? Porventura, ele tomaria um doce conselho com esses personagens e descobriria que tinham muito em comum? Acima de tudo, você imagina que tal pessoa se regozijaria em encontrar-se com Jesus, o Crucificado, face a face, após ter se agarrado aos pecados por causa dos quais Ele morreu; depois de haver amado os seus inimigos e desprezado os seus amigos? Poderia tal pessoa pôr-se de pé diante de Cristo, com toda confiança, unir-se ao coro santo, dizendo: “Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na sua salvação exultaremos e nos alegraremos”(Is 25.9)? Antes, você não pensa que os lábios de uma pessoa profana se calariam de tanta vergonha, e que o seu único desejo seria ser expulso dali? Tal indivíduo se sentiria um estranho em uma terra desconhecida, uma ovelha negra em meio ao santo rebanho de Cristo. A voz dos querubins e dos serafins comporiam uma linguagem que ele não seria capaz de entender. O próprio ar lhe pareceria uma atmosfera irrespirável.

Não sei dizer o que outros pensariam a esse respeito, mas, para mim, é claro que o céu seria um lugar insuportável para um homem mundano. Não poderia ser de outro modo. As pessoas podem dizer, de maneira vaga: “Eles têm a esperança de chegar ao céu”. Entretanto, eles assim o dizem por não considerarem o que estão dizendo. Deve haver um certo preparo para a “herança dos santos na luz” (Cl 1.12). Nosso coração precisa estar sintonizado com essa herança. Para chegarmos ao descanso da glória, teremos de passar pela escola do treinamento na graça. Teremos de ser dotados de mente celestial, de gostos celestiais na vida que agora é, porquanto, de outro modo, jamais nos encontraremos no céu.

De J.C. Ryle (1816 - 1900) - primeiro Bispo de Liverpool da Igreja da Inglaterra.

Por Saulo Diniz Ferreira - Brasília DF

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segunda-feira, 19 de abril de 2010 | By: Saulo Diniz Ferreira

Santidade: O Pecado (2/2)


O PECADO

3. No tocante à extensão dessa vasta enfermidade moral do homem, chamada pecado, cuidemos para não errar. A única base segura é aquela dada pelas Escrituras. “Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração”; “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Gn 6.5; Jr 17.9). O pecado é um mal que permeia e percorre todas as partes de nossa constituição moral, bem como cada faculdade de nossa mente. A compreensão, os afetos, o poder de raciocínio, a vontade; tudo está, em certa medida, infeccionado pelo pecado. A própria consciência está tão cega que dela não se pode depender como guia seguro. Ela tanto pode conduzir o homem para o erro quanto para o que é certo, a menos que seja iluminada pelo Espírito Santo. Em suma, “Desde a planta do pé até à cabeça não há nele cousa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas” (Is 1.6). O mal pode ser velado sob uma fina cortina de cortesia, polidez, boas maneiras ou decoro exterior; mas jaz profundamente em nossa constituição.

Admito plenamente que o homem tenha ainda qualidades grandes e nobres e que demonstre imensa capacidade nas artes, ciências e literatura. Porém, permanece o fato de que nas coisas espirituais o homem está totalmente “morto”, destituído de qualquer conhecimento, amor ou temor a Deus. As excelências do homem estão de tal modo entremeadas e mescladas com a corrupção que o contraste somente põe em destaque a verdade e a extensão da queda. Que uma e a mesma criatura seja tão elevada em algumas coisas e tão vil em outras; tão grande, mas tão pequena; tão nobre, mas também tão envilecida; tão notável em sua concepção e execução de coisas materiais, mas tão baixa e rasteira em seus afetos; capaz de planejar e erigir edifícios como aqueles de Carnaque e Luxor, no Egito ou o Partenon de Atenas e, no entanto, adorar deuses e deusas imorais, pássaros, feras e répteis; que possa produzir tragédias como as de Ésquilo e Sófocles e histórias como as de Tucídides, e, no entanto, ser escrava de vícios abomináveis como aqueles descritos no primeiro capítulo da epístola aos Romanos. Tudo isso tem servido de profunda perplexidade para aqueles que zombam da “Palavra escrita de Deus”, escarnecendo de nós como “bibliólatras”. Porém, esse é um nó que podemos desatar com a Bíblia na mão. Podemos reconhecer que o homem tem todos os sinais de um templo majestoso em sua pessoa; um templo no qual Deus antes habitou, mas que agora jaz em completa ruína; um templo no qual uma janela despedaçada aqui ou uma entrada acolá, ou uma coluna derrubada ali adiante ainda nos dá uma pálida idéia da magnificência do plano original, embora, de uma extremidade à outra, tenha perdido a sua glória e decaído de seu exaltado estado anterior. De modo que afirmamos que coisa alguma soluciona o complicado problema da condição humana, senão a doutrina do pecado original ou inato e os esmagadores efeitos da queda.

Ademais, lembremo-nos de que cada parte do mundo dá testemunho do fato que o pecado é a enfermidade universal de toda a humanidade. Pesquisemos o globo de leste a oeste e de um pólo ao outro, rebusquemos todas as nações de todos os climas, nos quatro quadrantes da terra, procuremos em cada classe e nível social de nosso próprio país, do mais elevado ao mais humilde, sob cada circunstância e condição; o relatório será sempre o mesmo. As mais remotas ilhas no oceano Pacífico, completamente separadas da Europa, da Ásia, da África e da América, fora do alcance do luxo oriental e da arte e literatura ocidentais; ilhas habitadas por povos que ignoram livros, dinheiro, vapor e eletricidade; não contaminados pelos vícios da civilização moderna – existentes nestas ilhas remotas, quando descobertas, têm sido encontradas as piores formas de concupiscência, de crueldade, de engodo e de superstição. Se seus habitantes não conhecem outra coisa, pelo menos conhecem o pecado! Por toda a parte, o coração humano é enganoso “mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Jr 17.9). Da minha parte, desconheço prova mais decisiva da inspiração do livro de Gênesis e do relato mosaico sobre a origem do homem do que o poder, a extensão e a universalidade do pecado. Se admitirmos que a humanidade inteira deriva-se de um único casal e que esse casal caiu no pecado, conforme nos diz Gênesis 3, o estado da natureza humana por toda parte pode ser facilmente explicado. Mas, se negarmos esse fato, conforme muitos o fazem, imediatamente nos veremos envolvidos com dificuldades inexplicáveis. Em suma, a uniformidade e a universalidade da corrupção humana supre uma das mais incontestáveis instâncias das enormes dificuldades que os incrédulos têm de enfrentar.

Afinal, estou convencido de que a maior prova da extensão e do poder do pecado é a persistência com que ele se apega ao homem, mesmo depois deste ser convertido e tornar-se alvo das operações do Espírito Santo. Usando a linguagem do artigo nono: “Essa infecção da natureza permanece – sim, mesmo nos regenerados”. Tão profundamente implantadas estão as raízes da corrupção humana que, mesmo depois de termos sido regenerados, renovados, lavados, santificados e justificados, feitos membros vivos de Cristo, essas raízes permanecem vivas no fundo de nosso coração. Tal qual o mofo nas paredes de uma casa, nunca nos livraremos delas, enquanto não for dissolvida esta casa terrestre deste nosso tabernáculo. Sem dúvida, o pecado não mais exerce domínio no coração do crente. Está contido, controlado, mortificado e crucificado pelo poder expulsivo do novo princípio da graça divina. A vida do crente é uma vida de vitória e não de fracasso. Mas os próprios conflitos que continuam em seu peito, a luta na qual ele se vê empenhado a cada dia, a vigilância que ele é forçado a exercer sobre seu homem interior, a guerra entre a carne e o espírito, os “gemidos” íntimos que ninguém conhece, senão aquele que os experimenta – tudo isso testifica da mesma grande verdade, tudo mostra o enorme poder e a vitalidade do pecado. Poderoso, de fato, deve ser o adversário que mesmo depois de crucificado, continua vivo! Feliz é o crente que compreende isso e não tem confiança na carne enquanto se regozija em Cristo Jesus; e ao mesmo tempo em que diz: “Graças a Deus que nos dá a vitória”, nunca se esquece de vigiar e ora para não cair em tentação!

4. Acerca da culpa, da vileza e da ofensa do pecado aos olhos de Deus, minhas palavras serão poucas. Digo “poucas” prudentemente. Não penso que, devido à natureza dessas coisas, o homem mortal possa perceber toda a imensa pecaminosidade do pecado aos olhos do Deus santo e perfeito, a quem teremos de prestar contas. Por um lado, Deus é o Ser eterno que “aos seus anjos atribui imperfeições”, em cuja vista “nem os céus são puros”. Ele é Aquele que lê os pensamentos e os motivos, e não só as ações, e que requer “a verdade no íntimo” (Jó 4.18; 15.15; Sl 51.6). Nós, por outro lado – criaturas pobres e cegas, hoje aqui e amanhã acolá, nascidos no pecado, cercados de pecadores, vivendo em uma constante atmosfera de fraqueza, enfermidade e imperfeição – não podemos formar senão os mais inadequados conceitos sobre a hediondez do pecado. Não dispomos de prumo para sondá-lo, e nenhuma medida pela qual possamos aquilatá-lo. Um cego não pode ver a diferença entre uma obra prima de Ticiano ou de Rafael e uma efígie de um presidente no verso de uma moeda. Um surdo não pode distinguir entre um apito soprado por uma criança e um órgão de catedral. Os próprios animais, cujo odor é bastante ofensivo, não têm a menor noção de que são tão mau-cheirosos e nem parecem tais uns para com os outros. E o homem, o homem caído, segundo creio, não tem noção do quão vil é o pecado aos olhos de Deus, cujas obras são absolutamente perfeitas – perfeitas sem importar se as examinamos pelo telescópio ou pelo microscópio; perfeitas tanto na formação de um gigantesco planeta como Júpiter, com seus satélites, que marca o tempo em até milésimos de segundo enquanto gira em torno do sol quanto na formação do mais minúsculo inseto que se arrasta pelo chão. Não obstante, fixemos na mente, com firmeza, que o pecado é aquela “coisa abominável” a qual Deus aborrece e que Deus é “tão puro de olhos que não pode ver o mal”; e que qualquer que tropeçar “em um só ponto” da lei de Deus “se torna culpado de todos”; e que “a alma que pecar, essa morrerá“; e que “o salário do pecado é a morte”; e que Deus julgará “os segredos dos homens”; e que há um lugar onde nunca “morre o verme, nem o fogo se apaga”; e que “os perversos serão lançados no inferno”; e que “irão estes para o castigo eterno”, porquanto nos céus “nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira” (Jr 44.4; Ha 1.13; Tg 2.10; Ez 18.4; Rm 6.23; 2.16; Mc 9.44; Sl 9.17; Mt 25.46 e Ap 21.27). Essas são, realmente, palavras tremendas, quando consideramos que foram escritas no Livro do Deus misericordiosíssimo!

Afinal de contas, nenhuma prova da amplidão do pecado é tão avassaladora e incontestável como a cruz da paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, bem como toda a doutrina de sua substituição e expiação. Terrivelmente grave deve ser a culpa que não pode ser satisfeita por coisa alguma, senão pelo sangue do Filho de Deus. Pesadíssima deve ser a carga do pecado humano que fez Jesus gemer e suar gotas de sangue na agonia do Getsêmani, e clamar no Gólgota: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46). Estou convencido de que nada nos espantará tanto, quando despertarmos no dia da ressurreição, quanto a visão que teremos do pecado e o retrospecto que nos será dado de nossos próprios incontáveis defeitos e delitos.

De J.C. Ryle (1816 - 1900) - primeiro Bispo de Liverpool da Igreja da Inglaterra.

Por Saulo Diniz Ferreira - Brasília DF

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quinta-feira, 15 de abril de 2010 | By: Saulo Diniz Ferreira

Santidade: O Pecado (1/2)


O PECADO

Aquele que desejar ter pontos de vista corretos sobre a santidade cristã terá de começar examinando o vasto e solene assunto do pecado. Terá de cavar bem fundo, se quiser construir um edifício bem alto. Um equívoco quanto a esse particular é extremamente prejudicial. Conceitos errôneos sobre a santidade geralmente advêm de idéias distorcidas quanto à corrupção humana. Não me desculpo por começar estes estudos acerca da santidade com algumas firmes declarações a respeito do pecado.

A verdade absoluta é que o correto conhecimento do pecado jaz à raiz de todo o cristianismo salvífico. Sem ele, doutrinas como justificação, conversão e santificação serão apenas “palavras e nomes” que não transmitem qualquer sentido à nossa mente. Portanto, a primeira coisa que Deus faz quando quer tornar alguém em uma nova criatura em Cristo é iluminar-lhe o coração, mostrando-lhe que ele é um pecador culpado. A criação material, segundo o livro de Gênesis, começou com a “luz”; isso também acontece no caso da criação espiritual. Deus mesmo “resplandeceu em nosso coração” mediante a obra do Espírito Santo, e então, a vida espiritual teve seu início (2 Co. 4.6). Pontos de vista mal definidos acerca do pecado são a origem da maioria dos erros, das heresias e das doutrinas falsas de nossos dias. Se um homem não percebe a natureza perigosa da doença de sua alma, ninguém poderá admirar-se de que ele se contente com remédios falsos ou imperfeitos. Acredito que uma das principais necessidades da igreja, neste nosso século, tem sido e continua sendo um ensino mais claro e completo sobre o pecado.

1. Começarei o assunto fornecendo uma definição de pecado. Naturalmente, todos estamos familiarizados com os termos “pecado” e “pecadores”. Com freqüência, dizemos que o “pecado” está no mundo e que os homens cometem “pecados”. Porém, o que queremos dizer com essas palavras e frases? Sabemos realmente? Temo que há muita nebulosidade e confusão mental quanto a esse particular. Permita-me tentar suprir a resposta da forma mais breve possível.

Afirmo, pois, que “pecado”, falando de modo geral, conforme declara o artigo nono da confissão de fé da nossa igreja, é “a falha e a corrupção da natureza de cada ser humano, naturalmente produzidas pela natureza de Adão em nós, pelas quais o homem muito se afasta da retidão original, pois faz parte de sua natureza inclinar-se para o erro, de tal modo que a carne sempre milita contra o espírito; e, assim sendo, o pecado merece a ira e a condenação de Deus em cada pessoa que nasce neste mundo”. Em suma, o pecado é aquela vasta enfermidade moral que afeta a raça humana inteira, em todas as classes e níveis, nas nações, povos e línguas — uma enfermidade da qual apenas um único homem nascido de mulher esteve isento. Preciso dizer que esse único Homem foi o Senhor Jesus Cristo?

Digo, ademais, que “um pecado”, falando mais particularmente, consiste em praticar, dizer, pensar ou imaginar qualquer coisa que não esteja em perfeita conformidade com a mente e a lei de Deus. Em resumo, segundo as Escrituras, “o pecado é a transgressão da lei” (1 Jo 3.4). O menor desvio interno ou externo de um absoluto paralelismo matemático com a vontade e o caráter revelados de Deus constitui um pecado e, imediatamente, nos torna culpados aos olhos de Deus.

Naturalmente, não preciso dizer, a qualquer um que lê a sua Bíblia com atenção, que um homem pode quebrar a lei de Deus em seu coração e em seus pensamentos, mesmo quando não há qualquer ato externo e visível de iniqüidade. Nosso Senhor resolveu a questão sem deixar dúvidas, ao proferir o Sermão do Monte (Mt 5.21-28). Até mesmo um de nossos poetas disse, com toda a verdade: “Um homem pode sorrir, sorrir e ainda ser um vilão”.

Novamente, não preciso dizer a um estudante cuidadoso da Bíblia que há pecados de omissão tanto quanto de comissão, e que pecamos, tal como diz o nosso livro de oração, ao “deixarmos de fazer as coisas que deveríamos fazer” tanto quanto ao “fazermos aquilo que não deveríamos”. As solenes palavras do Mestre, no evangelho de Mateus, também deixam a questão sem sombras de dúvidas. Ali se acha escrito: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber” (Mt 25.41-42). Foi uma declaração profunda e bem pensada do santo arcebispo Usher, pouco antes de sua morte: “Senhor, perdoa-me de todos os meus pecados, sobretudo dos meus pecados de omissão”.

Porém, penso que é necessário relembrar aos leitores que um homem pode cometer um pecado e, no entanto, fazê-lo por ignorância, julgando-se inocente, quando na realidade é culpado. Não consigo perceber qualquer garantia bíblica para a moderna afirmativa de que “o pecado não é pecado, enquanto não o percebermos e tomarmos consciência dele”. Pelo contrário, nos capítulos quarto e quinto daquele livro muito negligenciado, Levítico, bem como em Números 15, vejo Israel sendo distintamente instruído de que havia pecados de ignorância que tornavam as pessoas imundas e que precisavam ser expiados (Lv 4.1-35; 5.14-19; Nm. 15.25-29). E também encontro o Senhor ensinando expressamente que o servo que não soube da vontade do seu senhor, e não agiu conforme essa vontade, não será desculpado pela sua ignorância, mas castigado (Lc 12.48). Faríamos bem em relembrar que, ao fazer de nosso conhecimento e de nossa consciência miseravelmente imperfeitos a medida de nossa pecaminosidade, estamos pisando em terreno perigoso. Um estudo mais profundo do livro de Levítico nos faria muito bem.

2. Concernente à origem e fonte dessa vasta enfermidade moral chamada “pecado” também me sinto na obrigação de dizer algo. Temo que as idéias de muitos crentes professos quanto a esse particular, são tristemente defeituosas e doentias. Não ouso passar adiante sem um comentário a respeito. Portanto, fixemos em nossa mente que a pecaminosidade de um homem não começa pelo lado de fora e sim pelo lado de dentro. Também não resulta de mau treinamento nos primeiros anos de vida. Não se adquire com más companhias e maus exemplos, conforme alguns crentes fracos costumam dizer. Não! Trata-se de uma enfermidade de família, que herdamos dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, e com a qual todos já nascemos. Criados “à imagem de Deus” e inocentes a princípio, nossos pais caíram da justiça original e tornaram-se pecaminosos e corruptos. E, desde aquele dia, homens e mulheres nascem segundo a imagem de Adão e Eva decaídos, herdando um coração e uma natureza inclinados ao pecado – “por um só homem entrou o pecado no mundo”; “o que é nascido da carne é carne”; “éramos, por natureza, filhos da ira”; “o pendor da carne é inimizade contra Deus”; “do coração dos homens é que procedem [naturalmente, como de uma fonte] os maus desígnios, a prostituição, os furtos”. (Rm 5.12; Jo 3.6; Ef 2.3; Rm 8.7; Mc 7.21). O mais lindo bebê do mundo, que se tornou o raio-de-sol de uma família, não é, como sua mãe o chama com muito amor, um “anjinho” ou um “inocentinho”, e sim um “pecadorzinho”. Infelizmente, enquanto jaz sorrindo no seu berço, a criaturinha leva em seu coração as sementes de todo tipo de iniqüidade! Basta que a observemos com cuidado, conforme cresce em estatura e sua mente se desenvolve, e descobriremos nela uma incessante tendência para o que é mau, e uma grande hesitação quanto ao que é bom. Poderemos ver nela os botões e os germens do engano, do mau temperamento, do egoísmo, da voluntariedade, da obstinação, da cobiça, da inveja, do ciúme, da paixão – tudo o que, se alimentado e deixado à vontade, prolifera com dolorosa rapidez. Quem ensinou essas coisas à criança? Onde as aprendeu? Só a Bíblia pode responder a essas perguntas! Dentre todas as coisas tolas que os pais dizem sobre seus filhos nenhuma é pior do que a declaração comum: “No fundo, meu filho tem um bom coração. Ele não é o que deveria ser; apenas caiu em más companhias. As escolas são lugares ruins. Os professores negligenciam as crianças. Contudo, no fundo, ele tem um bom coração”. A verdade, infelizmente, é exatamente o contrário. A primeira causa de todo pecado jaz na corrupção natural do próprio coração da criança e não na escola.

De J.C. Ryle (1816 - 1900) - primeiro Bispo de Liverpool da Igreja da Inglaterra.

Por Saulo Diniz Ferreira - Brasília DF

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quarta-feira, 7 de abril de 2010 | By: Saulo Diniz Ferreira

Oito razões por que creio que Jesus ressuscitou


1. O próprio Jesus testificou de sua iminente ressurreição dos mortos.

Jesus falou abertamente sobre o que lhe aconteceria: crucificação e então ressurreição dos mortos. "O Filho do Homem deve sofrer muitas coisas e ser rejeitado pelos anciãos e principais sacerdotes, e pelos escribas, e ser morto, e depois de três dias ressuscitar" (Marcos 8:31; veja também Mateus 17:22; Lucas 9:22). Aqueles que consideram ser impossível acreditar na ressurreição de Cristo, provavelmente dirão que Jesus estava enganado ou (o mais provável) que a igreja primitiva colocou essas declarações em sua boca para fazê-lo ensinar a falsidade que eles próprios conceberam. Mas aqueles que lêem os Evangelhos e chegam a uma forte convicção de que aquele que fala de forma tão compelida através desses testemunhos não é a invenção de uma imaginação tola, ficarão insatisfeitos com esse esforço em explicar o testemunho próprio de Jesus de sua ressurreição dos mortos.

Isto é especialmente verdade em vista do fato que as palavras que predisseram a ressurreição não são apenas as simples palavras diretas citadas acima, mas também palavras muito implícitas e indiretas que são muito menos prováveis de serem a simples invenção de discípulos enganados. Por exemplo, duas testemunhas separadas testificam de dois modos bastante diferentes sobre as declarações de Jesus durante sua existência que, se seus inimigos destruíssem o templo (do seu corpo), ele o reconstruiria em três dias (João 2:19; Marcos 14:58; cf. Mateus 26:61). Ele também falou de forma figurada sobre o "Sinal de Jonas" - três dias no coração da terra (Mateus 12:39; 16:4). E ele sugeriu isso de novo em Mateus 21:42 - "A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular". No topo de seu testemunho próprio da iminente ressurreição, seus acusadores disseram que isso era parte da declaração de Jesus: "Senhor, lembramo-nos como aquele impostor disse, quando ele ainda vivia, 'Depois de três dias ressuscitarei'" (Mateus 27:63).

Nossa primeira evidência de ressurreição, portanto, é que o próprio Jesus falou dela. A extensão e natureza da declaração torna improvável que uma igreja enganada tenha feito isso. E o caráter do próprio Jesus, revelado nesses testemunhos, não foi julgado pela maioria das pessoas como o de um lunático ou enganador.

2. A tumba estava vazia na Páscoa.

Os documentos mais antigos declaram isso: "Quando eles entraram não encontraram o corpo do Senhor Jesus" (Lucas 24:3). E os inimigos de Jesus confirmaram isso quando declararam que os discípulos tinham roubado o corpo (Mateus 28:13). O corpo de Jesus não pôde ser encontrado. Existem quatro possíveis explicações para isso.

2.1 Seus inimigos roubaram o corpo. Se eles fizeram isso (e eles nunca declararam te-lo feito), certamente iriam produzir o corpo para acabar com a bem sucedida divulgação da fé cristã logo na cidade onde aconteceu a crucificação.

2.2 Seus amigos roubaram o corpo. Esse foi um rumor inicial (Mateus 28:11-15). Isso é provável? Teriam eles conseguido passar pelos guardas na tumba? Mais importante, teriam eles começado a pregar com tamanha autoridade que Jesus ressuscitou, sabendo que ele não tinha? Teriam eles colocado em risco suas vidas e aceitado espancamentos por uma coisa que eles sabiam ser uma fraude?

2.3 Jesus não estava morto, apenas inconsciente quando eles o colocaram na tumba.
Ele acordou, removeu a pedra, passou pelos soldados, e desapareceu da história depois de alguns encontros com seus discípulos nos quais ele os convenceu que havia ressuscitado da morte. Mesmo os inimigos de Jesus não tentaram essa linha. Ele estava obviamente morto. Os Romanos viram aquilo. A pedra não podia ser removida por dentro por um homem que tinha acabado de ser apunhalado ao lado por uma lança e passado seis horas pregado numa cruz.

2.4Deus ressuscitou a Jesus dos mortos.
Isso é o que ele disse que aconteceria. Isso é o que os discípulos disseram que aconteceu. Mas como existe uma remota possibilidade de explicar a ressurreição de uma forma natural, as pessoas modernas dizem que não deveríamos pular para uma explicação sobrenatural. Isso é razoável? Eu não acho que seja. É claro, nós não queremos ser ingênuos. Mas tampouco queremos rejeitar a verdade apenas porque é estranha. Nós precisamos estar cientes que nossos comprometimentos a esse ponto são muito afetados por nossas preferências - tanto para situações que surgiriam da verdade da ressurreição, quanto para situações que surgiriam da falsidade da ressurreição. Se a mensagem de Jesus tem te aberto para a realidade de Deus e a necessidade de perdão, por exemplo, então o dogma anti-sobrenatural pode perder o poder sobre sua mente. Poderia ser que essa abertura não fosse um preconceito para a ressurreição, mas liberdade do preconceito contra ela?

3. Os discípulos foram quase que imediatamente transformados de homens sem esperança e amedrontados depois da crucificação (Lucas 24:21, João 20:19) em homens que foram testemunhas confiantes e corajosas da ressurreição (Atos 2:24, 3:15, 4:2).

A explicação deles para essa mudança foi que eles tinham visto o Cristo ressuscitado e tinham sido autorizados a serem suas testemunhas (Atos 2:32). A explicação concorrente mais popular é que a confiança deles era devida a alucinações. Há inúmeros problemas com tal idéia. Os discípulos não eram ingênuos, mas céticos equilibrados tanto antes quanto depois da ressurreição (Marcos 9:32, Lucas 24:11, João 20:8-9, 25). Além disso, seria o ensinamento nobre e profundo daqueles que testemunharam a ressurreição de Cristo o tipo de coisa de que alucinações são feitas? E quanto à grandiosa carta de Paulo aos Romanos? Eu pessoalmente acho difícil imaginar esse intelecto gigante de alma profundamente transparente como enganado ou enganador, e ele declarou ter visto o Cristo ressuscitado.

4. Paulo declara que não apenas ele viu o Cristo ressuscitado, mas 500 outras pessoas também o viram, e muitos ainda estavam vivos quando ele fez essa declaração pública.

"Então ele apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, a maioria deles ainda viva, embora alguns já tenham falecido" (1 Coríntios 15:6). O que torna isso relevante é que isto foi escrito para gregos que eram céticos para esse tipo de declaração, quando muitas testemunhas estavam ainda vivas. Então essa era uma declaração arriscada já que podia ser contestada com uma pequena pesquisa de primeira mão.

5. A pura existência de uma igreja primitiva cristã próspera e conquistadora de impérios suporta a verdade da declarada ressurreição.

A igreja difundiu-se no poder do testemunho que Jesus ressuscitou dos mortos e de que Deus assim o fez Senhor e Cristo (Atos 2:36). O senhorio de Cristo sobre todas as nações é baseado na sua vitória sobre a morte. Essa é a mensagem que se propagou por todo o mundo. Seu poder de cruzar culturas e criar um novo povo de Deus foi um forte testemunho de sua verdade.

6. A conversão do Apóstolo Paulo suporta a verdade da ressurreição.

Ele debate com um público parcialmente insensível em Gálatas 1:11-17 que seu evangelho vem de Jesus Cristo ressuscitado, não de homens. Seu argumento é que antes da sua experiência na Estrada de Damasco quando ele viu Jesus ressuscitado, ele era violentamente oposto à fé cristã. Mas agora, para espanto de todos, ele está arriscando sua vida pelo evangelho (Atos 9:24-25). Sua explicação: O Jesus ressuscitado lhe apareceu e autorizou-o a liderar a missão dos gentios (Atos 26:15-18). Podemos dar crédito a tal testemunho? Isto encaminha-nos para o próximo argumento.

7. As testemunhas do Novo Testamento não carregam o rótulo de ingênuos ou enganadores.

Como você dá crédito a uma testemunha? Como você decide se acredita no testemunho de uma pessoa? A decisão de dar crédito a uma pessoa não é a mesma coisa que resolver uma equação matemática. A exatidão é de um tipo diferente, ainda que seja de igual firmeza (eu confio no testemunho de minha esposa de que ela é fiel). Quando uma testemunha é morta nós podemos basear nosso julgamento dela somente pelo conteúdo de seus escritos e o testemunho de outros a seu respeito. Como Pedro e João e Mateus e Paulo se comparam?

Em meu julgamento (e nesse ponto nós podemos viver autenticamente somente por nosso próprio julgamento - Lucas 12:57), os escritos desses homens não se lêem como as obras de homens ingênuos, facilmente enganados ou enganadores. O discernimento que eles têem da natureza humana é profundo. O comprometimento pessoal é sóbrio e cuidadosamente declarado. Seus ensinamentos são coerentes e não se parecem com a invenção de homens instáveis. O padrão moral e espiritual é alto. E as vidas desses homens são totalmente devotadas à verdade e à honra de Deus.

8. Existe uma glória evidente no evangelho da morte e ressurreição de Cristo como narrado pelas testemunhas bíblicas.

O Novo Testamento ensina que Deus enviou o Espírito Santo para glorificar Jesus como o Filho de Deus. Jesus disse: "Quando o Espírito da verdade vier, ele vos guiara em toda a verdade... Ele vai glorificar-me" (João 16:13). O Espírito Santo não faz isso dizendo-nos que Jesus ressuscitou dos mortos. Ele faz isso abrindo nossos olhos para ver a evidente glória de Cristo na narrativa de sua vida e morte e ressurreição. Ele nos habilita a ver Jesus como ele realmente foi, de modo que ele é irresistivelmente verdadeiro e belo. O apóstolo explicou o problema de nossa cegueira e a solução dessa maneira: "O deus desse mundo cegou as mentes dos incrédulos para que eles não enxerguem a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus... Porque Deus, que disse, 'Deixe a luz resplandecer das trevas', resplandeceu em nossos corações para dar a luz do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo" (2 Coríntios 4:4,6).

Um conhecimento salvador do Cristo crucificado e ressuscitado não é o mero resultado de um raciocínio correto sobre fatos históricos. É o resultado de iluminação espiritual para enxergar esses fatos para o que eles realmente são: uma revelação da verdade e glória de Deus na face de Cristo - que é o mesmo ontem, hoje e sempre.

Pastor John Piper (Desiring God)- Gospel Translations

Por Saulo Diniz Ferreira - Brasília DF

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segunda-feira, 5 de abril de 2010 | By: Saulo Diniz Ferreira

Estão Minhas Mãos Limpas? Desintoxicação Sexual


UMA TEOLOGIA DO SEXO

O que Deus criou primeiro: a fome ou a comida? Deus fez o homem ter fome e depois inventou o alimento para saciar a necessidade? Ou será que Deus primeiro inventou os alimentos e, em seguida, deu ao homem um apetite que o motivasse a buscar esse bom presente de Deus? Enquanto nós geralmente criamos uma necessidade para depois conseguir satisfazê-la, Deus tem um fim antes mesmo do início. Ele cria bons presentes e, só depois, cria uma necessidade para eles. Ele não cria uma necessidade para a qual não haja preenchimento. O tema deste capítulo é, simplesmente, sexo, e quero oferecer uma breve teologia do sexo e do desejo sexual. Quero ajudá-lo a ver por que Deus criou o sexo, por que ele criou o desejo sexual, e por que ele distribuiu o desejo sexual em medida desigual.

SEXO

Deus nos dá o sexo porque ele tem um poder ímpar de conduzir um marido à sua esposa e uma mulher ao seu marido. Ele sabe disso porque ele é Quem inventou isso! Ele o fez de um modo que o sexo é muito mais do que a soma de suas partes. Poderíamos descrever o sexo apenas em termos de partes do corpo e hormônios, mas nunca chegaríamos nem perto de entender o que ele é. É como tentar descrever um bolo só em termos dos seus ingredientes – farinha, leite, ovos (ou, se fôssemos descrever a Ceia do Senhor, fazendo referência apenas a comer pão e beber vinho). Sexo vai muito além do aspecto meramente físico. Ao contrário, estende-se para o emocional e espiritual. É através da união sexual que duas pessoas são feitos uma só. É um mistério que só pode ser comparado, em termos de impacto, com a união de Deus ao seu povo, como somos enxertados nele.

Deus deu-nos algo extraordinariamente poderoso e foi sábio em colocar limites rigorosos sobre isso. Ele tem todo o direito de fazê-lo porque ele é quem criou o sexo e criou sua função. Sexo, então, é para ser compartilhado apenas entre um marido e sua esposa, e não pode ser estendido para outros, quer antes do casamento, quer durante o casamento (Mateus 5:27,28). O sexo não deve ser despertado até a hora certa (Cantares 8:4). Sexo é para ser praticado regularmente, durante um casamento (1 Coríntios 7:1-5). Tais limites não são destinados para inibir a liberdade, mas para aumentar a liberdade. Quando usamos este dom como Deus o quer, ganhamos grande alegria e liberdade nele. Quando utilizamos o dom de forma errada, acabamos sofrendo por tal abuso.

A finalidade do sexo, então, é fornecer um meio único através do qual o marido e sua esposa podem conhecer um ao outro, servir um ao outro, expressar vulnerabilidade, dar e receber. Nenhuma outra área no casamento oferece tanto a ganhar e tanto a perder. Nenhuma outra área no casamento põe o casal tão junto. E nenhuma mensagem poderia estar mais longe do que o que é visto na pornografia.

Muitos teólogos têm tentado chegar ao significado mais profundo do sexo. “Sexo é uma imagem, uma metáfora, para apontar-nos as alegrias do céu”, eles poderiam dizer. E talvez isso seja verdade. Mas eu não acho que a Bíblia nos diz isso claramente. Também não estou convencido de que precisamos encontrar algum significado mais profundo no sexo a fim de afirmar a sua bondade. Sexo é inerentemente bom, porque foi criado por um Deus bom. Não é necessário construir uma teologia complexa em torno do sexo como se ele só fosse bom em algum tipo de sentido secundário. Ele é perfeitamente bom em si mesmo. Mesmo que seu sentido último não seja mais profundo do que o prazer e a satisfação mútua, o sexo é bom porque Deus é bom. Ele poderia facilmente ter decretado que o sexo fosse uma parte integrante de cada casamento e, em seguida, fazê-lo intrinsecamente desagradável. Ele não o fez. Ao contrário, ele fez o sexo quase transcendente no seu prazer. Em seu melhor, o sexo realmente transcende a maior parte dos outros prazeres da vida. Em sua singularidade, em sua alegria, em sua liberdade e vulnerabilidade. E nestas coisas, o sexo põe marido e mulher juntos em uma maneira única e inigualável.

Quando você entende isso, você deve também compreende porque o sexo é para ser desfrutado apenas entre marido e mulher. Você compreende porque Deus proíbe o sexo pré-marital (fornicação), porque ele proíbe o sexo fora do casamento (adultério) e por que ele proíbe o sexo egoísta (masturbação). Todas estas coisas zombam da realidade. Todas estas coisas são abusar do bom presente de Deus.

DESEJO

Juntamente com o sexo, Deus criou o desejo sexual. Quando jovem, eu, como tantos outros, lutava com a incapacidade de expressar meu desejo sexual crescente e até mesmo me lembro de clamar a Deus perguntando por que ele tinha me dado esse desejo. Muitas vezes o desejo sexual é um fardo pesado. A resposta às minhas perguntas veio só mais tarde.

Há alguns que dizem que o desejo sexual existe apenas para motivar a procriação, que a desejo de fazer sexo vai levar o marido a juntar-se à sua esposa com o feliz resultado de concepção. Aqui C. S. Lewis aplica um corretivo útil (em seu livro Cristianismo Puro e Simples). Ele afirma que a finalidade biológica do sexo é a procriação (e não podemos perder de vista este objetivo importante do sexo), mas ele traça um paralelo útil com o apetite que temos para o alimento. A finalidade biológica de comer é para reparar o corpo e, embora algumas pessoas sejam dadas à glutonaria, nós sabemos que o apetite vai um pouco além da finalidade biológica. Um homem conseguiria comer duas vezes mais comida do que seu corpo necessita para seus efeitos biológicos, mas poucos vão comer isso tudo.

Quando se trata de sexo, porém, o apetite excede em muito a sua finalidade biológica. Se o apetite sexual correspondesse à sua função biológica, a pessoa só teria desejo sexual algumas vezes na vida, ou então ela teria milhares de filhos. Será que isso não nos ensina que Deus deseja que façamos sexo por motivos além da procriação? A única outra alternativa é que esse apetite é um produto do pecado e deve ser suprimido. Mas não, isso não pode ser. A Bíblia é clara em legitimar o desejo sexual. O desejo dentro do casamento e o desejo pelo seu próprio cônjuge são legítimos diante de Deus.

Deus dá desejo sexual ao homem, um apetite sexual, porque quer que ele tenha relações sexuais com a sua esposa. Será que não pode ser simples assim? E mais, Ele dá um apetite forte que supera qualquer tipo de finalidade biológica, porque ele quer que o casal a faça muito sexo. Afinal, a única admoestação na Escritura quanto à freqüência do sexo no casamento é permitir apenas uma breve pausa, com um objetivo bem definido e, mesmo assim, apenas para o motivo específico de dedicar tempo à oração (ver outra vez 1 Coríntios 7), e ainda, mesmo assim, só se ambos estiverem de acordo. Na verdade, a Bíblia vai tão longe a ponto de dizer que o corpo da mulher pertence ao marido, que ele tem autoridade sobre o corpo dela. E que o corpo do marido pertence à sua esposa, ela tem autoridade sobre o corpo dele. O princípio dominante é que maridos e mulheres devem ter relações sexuais com freqüência e não recusar um ao outro este dom especial.

Sexo é uma parte integrante da relação de marido e mulher de tal forma que Deus deu o desejo de participar disso, de apreciar esse relacionamento. Este desejo sexual motiva o homem a buscar uma esposa e se casar com ela para assim, juntos, eles poderem desfrutar do sexo. Este desejo motiva o homem a continuar buscando sua esposa, mesmo depois de estarem casados. Sem este desejo, sem este apetite, seria muito mais fácil para nós evitarmos cumprimento do dever dado por Deus de ter relações sexuais (e muitas) e, por meio delas, a experiência da intimidade e da unidade (e muita). Então Deus dá o desejo que se destina a ser cumprido apenas dessa forma. Se nós não experimentarmos as dores da fome nós podemos não comer. Se nós parássemos de comer, nosso organismo iria parar e nós morreríamos. Se nós não sentíssemos desejo sexual poderíamos não ter relações sexuais. E se deixássemos de ter sexo, nosso casamento iria sofrer e morrer. Desejo sexual, então, é um dom de Deus dado não para atormentar, mas para motivar a obediência. Quando um jovem inevitavelmente sente o desejo sexual não é um convite à pornografia e masturbação, mas uma cutucada em direção ao casamento.

DESEJO DESIGUAL

No entanto, o desejo sexual, o apetite para o sexo, não é dado em igual medida. Ele é geralmente dado em maior parte para os homens. Por quê? A resposta, eu estou convencido, vai direto ao coração do relacionamento marido-mulher. Deus ordena que os homens, maridos, sejam líderes. Os homens têm o papel de liderança, enquanto as mulheres têm o de seguir. Deus quer que os homens tomem a liderança, mesmo no sexo e, portanto, ele dá aos homens um maior desejo sexual. Desta forma, os homens podem guiar suas esposas, tomar a iniciativa, tendo o cuidado de amar suas esposas de tal forma que elas desejem ter relações sexuais com seus maridos.

De modo geral, o homem encontra intimidade e aceitação através de sexo, enquanto a mulher precisa experimentar intimidade e aceitação antes que ela possa estar preparada para desfrutar o sexo. E assim Deus dá ao homem um apetite sexual tal que ele possa, por sua vez, fornecer para sua esposa necessidades antes que ela proveja para ele. Seu apetite sexual não pode ser separado de sua liderança. Se a mulher estivesse na liderança a este respeito, se ela sempre fosse a instigadora sexual, seria muito menos provável que o marido buscaria sua esposa e procuraria atender suas necessidades exclusivas. Você vê o quanto isso é bonito? O marido tem um desejo que somente sua esposa pode satisfazer, um desejo por sua esposa; Portanto, ele assume a liderança na busca de satisfazer esse desejo. Ele faz isso ao encontro dos desejos de sua esposa que, por sua vez, leva ela a apreciar e, finalmente, satisfazer seus desejos. E então, nesse ato de consumação, Deus concede a graça que ultrapassa a mera união de carne e osso.

Enquanto o marido lidera, a esposa é chamada por Deus a submeter-se à liderança de seu marido, mesmo no leito conjugal. Como em outras áreas da vida, ela é chamada a desafiar tal liderança somente se as exigências do marido violarem a sua consciência ou a lei de Deus. Podemos ver isso como uma responsabilidade da mulher, mas também temos de ver isso como uma responsabilidade particular do marido. Ele deve liderar de tal maneira que sua esposa não tenha nenhuma razão para recusá-lo. Ele deve ser sensível às suas necessidades e desejos. Ele deve reconhecer os momentos em que, por uma razão ou outra, seria muito difícil para ela doar-se a ele. Ele não deve tentar conduzi-la a atos que iriam deixá-la desconfortável ou fazê-la sentir-se violentada. Ele precisa exemplificar a liderança como um servo mesmo ali no quarto. Seus pensamentos devem ser primeiro a favor dela. O marido pode ter, às vezes, tendência de ser ou um tirano no quarto, abusando de sua liderança por dominação ou abdicação. Ele nunca deve fazer isso.

Se Adão e Eva gozavam sexo antes de sua queda em pecado (eu tenho a impressão de que a Queda aconteceu pouco tempo depois da Criação, mas creio que houve algum tempo entre os dois eventos, portanto, eles devem ter gozado do sexo perfeito por um pouco.) não deve ter havido uma só ocasião em que Eva recusou Adão porque nunca houve uma época em que ele não esteve pensando primeiro nela. Que razão teria ela para recusar? Mas depois que pecou, quando Adão parou de pensar em primeiro lugar em Eva e quando ela começou a se rebelar contra sua liderança, foi aí que o sexo tornou-se uma luta. E continua a ser uma luta hoje. Eu sei que a maioria dos maridos e esposas irá concordar que eles tiveram mais lutas sobre o sexo do que sobre qualquer outra coisa. O meio de graça mais especial para um marido e sua esposa se tornou a maior causa de conflitos. E isto é exatamente o que Satanás pretende. Apesar de Satanás odiar qualquer tipo de prazer, ele ainda os usa para seus fins. Seu plano é que as pessoas tenham muito sexo fora do relacionamento conjugal e pouco dentro da relação do casamento quanto possível. Seu plano é mascarar, ocultar o verdadeiro propósito do sexo por trás do prazer e o mostrar como um simples ato físico. É um plano inteligente e que tem sido provado eficaz repetidas vezes.

Você vê como a pornografia distorce tudo isto? A pornografia faz uma zombaria dos propósitos do sexo, do desejo sexual e do desejo sexual desigual. Enquanto Deus diz que a finalidade do sexo é a construção da unidade entre um marido e sua esposa, a pornografia diz que é apenas para satisfazer todo o desejo com qualquer parceiro. Enquanto o desejo sexual é bom, fazendo um marido buscar sua esposa (e a mulher o seu marido) pornografia diz que não pode e não deve ser controlada. Todas as mensagens da pornografia vão diretamente contra os propósitos de Deus.

Podemos não entender exatamente o que o sexo faz dentro de um casamento, mas podemos confiar que Deus tem seus motivos para inventá-lo e ordenar que o experimentemos. O sexo é um chamado para o marido buscar a sua esposa e para conduzi-la, como servo, para uma compreensão mais profunda e uma maior apreciação deste dom. É um chamado à mulher par servir o marido, confiando nele e confiando que os dons de Deus, quando usados como ele determinou, sempre fazem bem.

PERGUNTAS E RESPOSTAS - (Responda nos comentários)

1. Com suas próprias palavras, descreva as finalidades para as quais Deus criou o sexo. Alguma vez você já pensou sobre o porquê Ele optou por criá-lo?

2. Você acredita que Deus pode criar coisas prazerosas, simplesmente porque Ele se deleita no prazer que elas nos trazem? Que exemplos, além do sexo, você pode pensar?

3. Você alguma vez já ficou frustrado ou zangado com Deus sobre o fato dele ter lhe dado seu desejo sexual?

4. Como um solteiro, que mensagem o desejo sexual está lhe enviando? Qual é a finalidade do desejo sexual em sua vida?

5. De que forma a pornografia zomba da intenção de Deus para o sexo?

6. Você acredita que é plano de Satanás que você faça o quanto mais sexo fora do casamento e menos dentro do casamento possível? De que forma isso seria uma vitória para ele?

7. Você acredita que Deus pode dar a você o que você precisa abster-se completamente do pecado sexual?

De Tim Challies

Por Saulo Diniz Ferreira - Brasília DF

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quinta-feira, 1 de abril de 2010 | By: Saulo Diniz Ferreira

A Páscoa verdadeira


Introdução

Dificilmente, nesses últimos dias, alguém pode dizer que não tomou contato com a comemoração da Páscoa ou com algum assunto ou fato relacionado com essa celebração.

Do chamado feriadão da Páscoa aos populares ovos de chocolate encontrados em cada esquina ou porta de comércio, dos presentes, que o comércio procura incentivar as trocas e das celebrações litúrgicas da Paixão e Ressurreição de Cristo, tudo nessa época parece estar ligado à Páscoa.

Porém, quase ninguém sabe o verdadeiro significado e origem desta celebração; se a festa é genuinamente cristã ou apenas recepcionada pela cristandade, havendo quem não faça sequer referência religiosa a esta tão célebre festividade.


Origens e Significado Originais da Páscoa

A celebração da Páscoa tem sua origem no povo judeu antigo, quando para marcar um dos acontecimentos mais significativos de sua existência, instituiu-se um ritual cuja finalidade era trazer à memória deste povo este importante evento de sua história, há aproximadamente 1230 anos a.C.

Originalmente, a festa da Páscoa era tratada como uma celebração individual, porém, com o passar do tempo passou a ser observada em combinação com a Festa dos Pães Asmos, dada a coincidência das datas de comemoração e significados, ambos relacionados a partida do povo judeu para do Egito.

Deixando, portanto, de lado os ovos de chocolate, os presentes, o comércio e tantas outras tradições estranhas à verdadeira Páscoa, busquemos na Bíblia aspectos fundamentais que nos forneçam informações seguras sobre a origem, a prática, o sentido e as implicações desta celebração para a cristandade.


1) A Concepção da Páscoa

Tanto a Páscoa quanto a Festa dos Pães Asmos segundo a narrativa bíblica, foram concebidos por Deus. Em Êxodo 12, vemos que não houve qualquer participação humana na instituição do rito.

A Páscoa é, portanto, projeto de Deus.



2) Sentido Original

Segundo Êx. 12 e 13 e Deut. 13 e 16, vemos claramente, que a Páscoa está ligada aos atos libertadores de Deus em relação ao povo de Israel então em cativeiro no Egito. Três idéias podem ser destacadas sobre o sentido verdadeiro e original da Páscoa:

Libertação do povo de Deus (Israel) do cativeiro de 430 anos em terras do Egito (Ex. 12:40-42; 23:15 e Deut. 116:1).

Libertação do povo da aflição sofrida no Egito (Deut. 16:1-3).

Libertação do povo de Deus da ação do Anjo Destruidor que matou a todos os primogênitos do Egito (Ex. 12:27).

3) Praticantes/Observantes Originais

Todos os israelitas estavam obrigados a participação dos rituais da Páscoa e dos Pães Asmos sob pena de morte, excluídos da prática os estrangeiros e assalariados não circuncidados. A prática deveria ser observada anualmente.



4) Período ou Duração da Páscoa

Combinada com celebração dos Pães Asmos, o ritual era realizado anualmente no 1º mês – (Abibe/Nisan) a partir do dia 14, que coincidia com a primeira lua cheia da primavera e durava até o dia 21 do mesmo mês.

Cronologia da Páscoa

Dia 10 – Compra/separação do Cordeiro Pascal.

Dia 14 – À tarde – imolação do Cordeiro.

Dia 15 – Nas primeiras horas, início do banquete familiar quando era servido o Cordeiro, os pães asmos e as ervas amargas. (Era a Reunião religiosa inicial).

Dias 15/21 – Festa dos Pães Asmos, marcada pela abstinência de fermento, consumo de Pães Asmos e sacrifícios em todos os dias.

Dia 21 – Reunião religiosa final.

5) Os Ingredientes da Páscoa

O Cordeiro (bode ou cabrito)

macho/de um ano/sem defeito.

separado 4 dias antes.

devia ser servido assado – não cru ou cozido – nenhum osso poderia ser quebrado.

o sangue do cordeiro deveria ser usado para marcar vergas e umbrais das portas de cada casa.

a porção servida deveria ser de um cordeiro para cada família ou grupo de família (10 a 20 pessoas).

o cordeiro deveria ser totalmente comido até a manhã seguinte. Eventual sobra deveria ser queimada no fogo, não podendo ser levada para fora da casa. Não se podia sair de casa a noite.

As ervas amargas.

simbolizavam os sofrimentos e dificuldade do povo no cativeiro.

Os pães asmos ou ázimos

pão sem fermento, chamado de “pão da miséria e da aflição”

não podia ser consumido nem possuído fermento nas casas, do dia 14 até o dia 21, sob pena de morte.

lembrava que na noite da saída do Egito não houve tempo para levedar as massas para os pães, pois o povo saiu “às pressas”.



6) A Páscoa e o Cristianismo

A Páscoa, como vimos, instituída por Deus para fazer memória dos seus atos salvíficos na história do povo de Israel, mo início foi uma festa familiar, presidida pelo pai de família, porém com o passar do tempo tornou-se uma celebração litúrgica oficial realizada exclusivamente no templo em Jerusalém e afinal, com o advento do cristianismo foi incorporada pela cristandade como uma celebração que aponta e memoriza a ação libertadora de Cristo para o seu Novo Israel, a Igreja de Cristo – ação libertadora da morte e do pecado, assumindo cada ingrediente tradicional do rito um sentido próprio e atualizado.

Os pães asmos e as ervas amargas – lembra-nos que éramos escravos do mundo e do senhor do mundo – éramos alienados e estrangeiros, mas Deus liberta definitivamente de nossas aflições e sofrimento.

O Cordeiro Pascal – Jesus Cristo é identificado como o cordeiro pascal, cujo sangue derramado livra-nos da morte e abre-nos caminho, para a saída definitiva, da terra da servidão para a liberdade (Jo. 1:29; I Cor. 5:7 e I Pedro 1:19)



Conclusão

A Páscoa antiga marcou a libertação do povo de Deus do Velho Testamento, de sua aflição e escravidão no Egito, da mesma forma que a celebração atual marca as ações libertadoras de Deus – através de Seu Filho, Jesus, com sua Paixão, Morte e Ressurreição – livrando-nos do sofrimento, da escravidão e da morte.


De Rev. Luiz Pereira de Souza - Igreja Presbiteriana Independente de Vila Carrão

Por Saulo Diniz Ferreira

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