segunda-feira, 19 de julho de 2010 | By: Saulo Diniz Ferreira

Ovelhas Que Precisam De Pastor


“E dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência” Jeremias 3:15

É de se estranhar porque muitos pastores estão embarcando na onda do humanismo, buscando conhecimento da psicanálise com o intuito de ser um conselheiro capacitado para ajudar suas ovelhas e de maneira geral o povo de Deus, na resolução de seus problemas. Buscar tal conhecimento é olvidar que Jesus Cristo tem recursos inesgotáveis para satisfazer as mais profundas necessidades emocionais e espirituais .do seu povo. Buscar tal conhecimento seria como se esses estivessem proclamando de forma altissonante: A Bíblia é “insuficiente”. Ela não tem resposta para todos os nossos problemas e anseios mais profundos!. “Durante os últimos dez anos têm surgido um grande número de clínicas psicológicas evangélicas. Embora a maioria delas reivindique oferecer aconselhamento bíblico, quase todas ministram, meramente, psicologia secular camuflada com terminologia espiritual. Além disso, elas estão tirando o aconselhamento bíblico do seu lugar próprio, a igreja, condicionando os cristãos (e pastores) a se verem como incompetentes para aconselhar”1. Se olharmos boa parte da literatura que aborda o papel do conselheiro cristão, na íntegra não defende a plena suficiência das Escrituras. Adota o integracionismo, que é a junção da Bíblia com a psicologia. Esse material é usado como livro-texto em diversos seminários e cursos de pós-graduação infiltrando o letal humanismo na igreja de Jesus Cristo.

Para os pastores e conselheiros integracionistas há um inter-relacionamento entre Deus e o humanismo. Veja o que Roger F. Huurding, autor do livro integracionista A ÁRVORE DA CURA. Ed Vida Nova, nos apresenta. “... gostaria de manifestar a minha gratidão a colegas das áreas assistenciais, que estimularam a reflexão e o debate sobre a inter-relação entre teologia e a psicologia”2 .Só que para apoiar esse sofisma o autor não tem credenciais de Deus e sua Palavra, que é a nossa diretriz para todo pensamento e comportamento correto. Em contra partida, fico abençoado com a tenacidade de servos de Deus como Dave Hunt e T.A. Mcmahon, que combatem veementemente essa linha de aconselhamento. Em seu abençoado livro A SEDUÇÃO DO CRISTIANISMO., há uma advertência contra essa onda letal que tem invadido muitas Igrejas. “Variações dessa psicologia se infiltraram na Igreja, nas escolas cristãs e seminários porque pastores e outros líderes aceitaram a alegação de que ela é científica e neutra. A maioria dos crentes não conseguem reconhecer que o cristianismo e a psicoterapia são dois sistemas religiosos rivais e irreconciliáveis. A união dos dois como “psicologia cristã” cria um jugo desigual que introduz na igreja a influência sedutora da psicologia secular”3. Muitos crentes estão sendo orientados a melhorar sua auto-estima, pais a desenvolver a auto-estima de seus filhos, jovens desenvolvendo a filosofia do amor-próprio. “Você só precisa amar e aceitar a si próprio como você é. Você precisa se perdoar, eu mereço. ... Apesar da Bíblia não ensinar o amor-próprio, a auto-estima, o valor-próprio ou a auto-realização como virtudes, recursos ou objetivos, um grande número de cristãos de hoje têm sido enganados pelo ensino do pró-ego da psicologia humanista. Ao invés de resistirem à sedução do mundo, eles submetem a cultura do mundo. ... Na área do ego, dificilmente se pode perceber a diferença entre o cristão e o não-cristão, exceto que o cristão afirma ser Deus a fonte principal de sua auto-estima, auto-aceitação, auto-valorização e valor próprio”4. Todos esses sofismas fazem parte do “kit da felicidade” a qual o mundo oferece juntamente com o que está sendo proposto no aconselhamento cristão e em muitos púlpitos através de mensagens psicologizadas. A Bíblia entra como um “PLACEBO”: se funciona, amém! caso contrário, se aplica as técnicas não bíblicas da psicologia.

Certo dia escutei de um pastor o seguinte conselho para suas ovelhas: “O pastor fulano agora é também psicanalista, se alguém deseja ajuda psicológica o endereço de seu consultório é: rua ...” Será que os conselheiros bíblicos estão em extinção? Será que as ovelhas precisam de verdadeiros servos de Deus, ou de militantes usurpadores do papel do pastor segundo o coração de Deus? Ou estamos desconfiados da eficácia da Palavra de Deus? “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” Hb 4:12. Continuo crendo na plena suficiência das Escrituras, e que Deus tem respostas para as nossas mais profundas contusões emocionais. “A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho o testemunho do Senhor é fiel e da sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos” Salmos 19:7-8.

Seria bom que os conselheiros cristãos parassem e refletissem: Não há harmonia entre Bíblia e psicologia . Louvo a Deus pelo surgimento da ABCB. Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos, que procura capacitar pastores e líderes com a Palavra de Deus. Não com Freud e a Pscanálise, ou Alfred Alder e a Psicologia Individual, ou Viktor E. Frankl e a Logoterapia, ou Carl Rogeres e a Psicoterapia Centrada no Cliente, ou Abraham Maslow e a Psicologia da Auto-atualização, ou B.F. Skinner e o Behavorismo Radical. Homens desprovidos de Deus e sua Palavra.

“Não tenho dúvida quanto ao fato de que a obra de aconselhamento deve ser realizada eminentemente por ministros e outros cristãos cujos dons, treinamento e vocação de modo especial os qualificam e os solicitam a que se dêem a essa obra”5 Conselheiro capaz pg. 249. Gostaria de terminar esse artigo deixando como sugestão alguns livros que podem ajudar o conselheiro bíblico: Coselheiro Capaz, Jay E. Adams, Ed. Fiel. O Manual do Conselheiro Cristão, Jay Adams, Ed. Fiel. Nossa Suficiencia em Cristo, John F. MacArtr, Jr. Ed. Fiel. A Sedução do Cristianismo, Dave Hunt e T.A. McMaahon, Ed. Chamada da Meia Noite. Os Fatos Sobre Auto-Estima e Psicologia, John Ankerberg e John Weldon, Ed. Chamada da Meia Noite.

De Pr. Emidio Viana
Por Saulo Diniz Ferreira - Brasília DF

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1 Macarthur Jon F. Nossa Suficiência em Cristo, SP, Fiel, . 1995, Pg, 47
2 Hurding F. Roger. Modelos de Aconselhamento e de Psicoterapia, SP, Ed. Vida Nova, 1988, Pg 17
3 Hunt Dave E. Mcmahon A T. A Sedução do Cristianismo, RS, Chamada da Meia-Noite, Pg 33
4 Martin e Bobgon Deidre. Revista Chamada Da Meia-Noite, Pg. 13, Fevereiro 1999
5 Adams E. Jay. O Manual Do Conselheiro Cristão, SP, Ed. Fiel, Pg. 249, 1994
quinta-feira, 8 de julho de 2010 | By: Saulo Diniz Ferreira

Não por Decisão ou Esforço do Homem


"Deus… nos salvou e nos chamou com uma santa vocação, não em virtude das nossas obras, mas por causa da sua própria determinação e graça. Esta graça nos foi dada em Cristo Jesus desde os tempos eternos…" (2 Timóteo 1.9)

Cristo é aquele que salva, mas a Escritura ensina que nem toda pessoa é salva. Qual é a diferença entre aqueles que são salvos e aqueles que permanecem não salvos? Reformularemos a pergunta. A Bíblia ensina que somente aqueles que creem em Jesus Cristo, somente os cristãos, são salvos. Os não cristãos queimarão no inferno para sempre. Por que algumas pessoas se tornam cristãs, enquanto outras não? Qual é a diferença entre os homens, que alguns creem em Cristo, enquanto outros recusam crer nele?

Paulo diz que Deus nos salvou “não em virtude das nossas obras”, mas “por causa da sua própria determinação e graça”, e que essa graça foi dada “desde dos tempos eternos”. As referências a obras, ao propósito divino, à graça divina, e ao tempo, são altamente significativas. Paulo usa essas referências para indicar uma teologia definida sobre a questão, uma forma particular de pensamento. Principalmente, por essas expressões ele atribui tudo da salvação a fatores internos ao próprio Deus sem qualquer consideração de algo no homem. Estou enfatizando isso porque algumas vezes as pessoas pegam uma dessas referências e distorce-as para abrir espaço para teorias sobre a salvação que são alheias ou mesmo contrárias ao pensamento de Paulo. Contudo, quando deixamos de ignorar suas claras explanações, levando em conta o que o apóstolo diz, frequentemente dentro da mesma passagem, veremos que ele não deixa lugar para aberturas ou interpretações alternativas.

Em Romanos 9, ele oferece uma exposição comparativamente extensa sobre a doutrina da soberania de Deus na salvação. Os versículos 11-13 dizem: “Todavia, antes que os gêmeos nascessem ou fizessem qualquer coisa boa ou má — a fim de que o propósito de Deus conforme a eleição permanecesse, não por obras, mas por aquele que chama — foi dito a ela: ‘O mais velho servirá ao mais novo’. Como está escrito: ‘Amei Jacó, mas rejeitei Esaú’”. Observe as referências similares a obras, à propósito divino, e a tempo. Graça, e ideias relacionadas como misericórdia, aparecem logo após. Quando diz respeito a obras, Paulo nega que a salvação seja baseada em nossas obras. Aqui ela está combinada com as referências a tempo. Dessa forma, ele escreve que a questão foi determinada antes dos gêmeos nascerem e antes deles terem feito bem ou mal.

Eu mencionei aberturas acima, pois aqui é onde as pessoas tentam injetar suas teorias para evitar o claro ensino da Escritura. Eles dizem que é verdade que o destino dos gêmeos foi determinado antes deles nascerem e antes de terem feito algo, mas talvez essa determinação foi baseada em coisas que eles iriam fazer. Isto é, talvez Deus baseie sua decisão em seu conhecimento do futuro, do que os homens decidiriam e fariam.

Primeiro, mesmo que não haja nada na passagem para contradizer isso, nada é dito em suporte dessa teoria, de forma que ela não é nada mais que especulação sem fundamento. Segundo, a passagem inteira de fato contradiz isso. As obras dos gêmeos são contrastadas com algo que é definido e explícito, a saber, o propósito e chamado de Deus. Ele escreve: “… antes que os gêmeos nascessem ou fizessem qualquer coisa boa ou má… a fim de que o propósito de Deus conforme a eleição permanecesse”, e “… não por obras, mas por aquele que chama”. O contraste não é entre obras passadas e obras futuras, mas entre obras humanas e propósito divino. Se não pelo fato que os homens são tendentes a pensar na salvação como sendo baseada em suas próprias obras, a simples afirmativa que a salvação é baseada no propósito de Deus seria suficiente para excluir todas adições ou alternativas. Em outras palavras, negar que a salvação é baseada nas obras do homem é apenas uma aplicação da verdade que a salvação é baseada na decisão e graça soberanas de Deus.

Isso é confirmado por declarações explícitas que seguem imediatamente. O versículo 16 diz: “Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus”. Aqui ele separa sua referência ao homem do tempo passado, e declara abertamente que a salvação não depende do desejo ou esforço do homem. Não é que a salvação seja independente do desejo ou esforço passado do homem, deixando lugar para a salvação residir no desejo ou esforço futuro do homem, mas sim que ela é independente de qualquer desejo ou esforço no homem. Ela é baseada em alguém ou algo totalmente diferente, a saber, em Deus e na sua misericórdia.

O calvinismo popular ou a teologia reformada não é poupado por essa passagem. Ou para declarar a questão a partir de outra perspectiva, ele também tenta encontrar aberturas na Escritura a fim de afirmar suas próprias teorias e preferências. Essa tradição teológica geralmente afirma a eleição incondicional, em que Deus escolhe salvar alguém não por causa de algo bom nessa pessoa ou algo bom que a pessoa fará, mas frequentemente nega a reprovação incondicional. Contudo, Paulo coloca as duas coisas em pé de igualdade. Ele diz, “… antes que os gêmeos nascessem ou fizessem qualquer coisa boa ou má” – não “fizessem qualquer coisa”, ou “fizessem qualquer coisa boa”, mas “fizessem qualquer coisa boa ou má”.

Novamente, as referências a tempo não deixam lugar para obras futuras, mas têm a intenção de negar totalmente o papel das obras, quer boas ou más. Então, tendo negado o papel das obras, quer boas ou más, Deus escolhe amar Jacó e odiar Esaú. Assim como Deus escolhe quem salvar sem consideração de boas obras, quer passadas ou futuras, Deus escolhe quem condenar sem consideração de pecado, ou obras más, quer passadas ou futuras. Estamos dizendo que Deus envia alguns homens para o inferno que são justos ou moralmente neutros? Sem dúvida não – aqueles a quem ele escolheu condenar, ele também faz com que sejam injustos. O infralapsarianismo e a reprovação condicional são uma rejeição direta do ensino apostólico.

E novamente, esse ponto é explicitamente declarado mais tarde. O versículo 18 diz: “Portanto, Deus tem misericórdia de quem ele quer, e endurece a quem ele quer”. O versículo 21 usa uma imagem para estabelecer o mesmo ponto: “O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso desonroso?”. Ele não usa barro “bom” para fazer vasos nobres e barro “mau” para fazer vasos comuns. Ele usa o mesmo barro para fazer algumas pessoas boas, e algumas pessoas más.

Romanos 9 é uma passagem mais completa, mas Paulo pretende apresentar a mesma doutrina em 2 Timóteo. Quando ele diz que Deus nos salvou “não por causa de algo que nós tenhamos feito” (2Tm 1.9, NIV), ele não deixa lugar para algo que nós faremos. Essa é a forma como ele fala quando pretende excluir todas as obras humanas, quer passadas ou futuras, e não somente isso, pois ele pretende excluir o papel do homem completamente. Essa é simplesmente sua forma de dizer que a salvação não é de forma alguma baseada sobre algo em nós. Ele não nega o papel das obras humanas na salvação apenas para atribuí-la a outra coisa no homem, ou a algo que o homem faça. Antes, ele atribui a salvação à “própria determinação e graça” de Deus. Uma pessoa é salva porque Deus a escolhe, e Deus a escolhe por razões que são internas ao próprio Deus.

De: Vincent Cheung
Fonte: Reflections on Second Timothy
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto, julho/2010
Por: Saulo Diniz Ferreira

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