quinta-feira, 29 de abril de 2010 | By: Saulo Diniz Ferreira

Carta a Igreja Neo-Sei-Lá-Oquê


"Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade". Efésios 4:22-24

Verdade... Devo minha salvação e reconheço isso ao direcionamento de uma base religiosa, partindo da premissa do nascer de novo em Cristo através do batismo nas águas e pela confissão dos lábios crendo em meu coração. Mas estou convencido que certas instituições religiosas (sem querer minimizar a importância da igreja, e sim alertar sobre efeitos adversos não presumíveis) são espécies de ídolos que apregoam funções para que tenhamos uma santidade assistida cada vez mais por homens e menos por Deus (Peguei pesado né?!) Levando um conglomerado cada vez mais significativo de pessoas a enraizarem tão fortemente suas expectativas numa igreja local que se esquecem de seus deveres enquanto templos do espírito santo.

É impossível conceber a idéia de um mundo em tais proporções desenvolvendo-se de forma não planejada rumo ao nada... Digo isso tão somente para deixar claro que não flerto com o ateísmo apesar de compreender seus argumentos em não levarem em conta as respostas simplórias aos seus questionamentos quanto a criação e ao próprio exercício da fé, e abro aspas aqui para dizer que “continuo freqüentando a denominação a qual congrego”. Contudo ultimamente tenho alimentado aversão a certas atitudes e coisas, eu não vou especificar em detalhes quais sejam essas coisas, mas cito aqui a questão do dinheiro, da prosperidade material, a promoção espiritual em detrimento de regras de regimento interno como se fossem umas das quatro virtudes cardeais (e não estou aqui me referindo ao simples e puro exercício dos princípios doutrinários expostos na bíblia como direcionamentos para a melhor ou pior conduta cristã)... Não considero essa onda crescente de movimentos pentecostais, neopetencostais, carismáticos e afins como um progresso, o que vejo são modelos adaptados de proposições contingentes. Sinto que a ciência vem abrangendo um espaço cada vez mais significativo no campo do conhecimento sobre as origens do universo, e isso deveria servir como um alicerce para sustentar nossa fé caso viéssemos deslumbrar tais progressos com a intenção única de aceitarmos o quanto somos insignificantes e desprezíveis frente a verdade ameaçadora de que tão pouco sabemos a respeito de tudo.

Mas se é esse o foco ele não tem se demonstrado de maneira clara, visto as críticas acirradas ao criacionismo e seus pretensos defensores e vice e versa. Assim sendo cabe a nós pretensos baluartes da esperança cristã o posicionamento efetivo contra tais inequívocos, ou no mínimo o debate aberto sem nos intimidarmos. Mas para isto devemos nos preparar e isto requer esforço pessoal no que se refere a busca de conhecimento e a superação de preconceitos.

Não receio expor meus pensamentos, tão menos receio me libertar da culpa que me pesa sobre os ombros e ser incompreendido e por isso desprezado... Sei que não mudarei nada com minhas palavras ditas como que sobre o escrutínio secreto de uma confissão, como se fosse um erro procurar respostas. Mas posso expô-las aqui e tentar abrir um debate sem outro intuito a não ser o de compartilhar sentimentos que por muito achei serem apenas meus.

A idéia de justiça então promulgada e conhecida e ainda defendida por todos, requer o inequívoco argumento sobre as diferenças de ordem socioculturais respeitadas pelos tratados políticos, e por vezes tão negligenciadas no âmbito religioso das relações interpessoais, entre nós irmãos e irmãs. Assim sendo faz-se necessário apresentar diante do fato a justificativa da eventualidade. Um exemplo disso é que a crença por mim sustentada aqui no Brasil difere da sustentada pelo indiano, e seria justo aceitarmos que inadvertidamente poderíamos ter a mesma crença que a dele caso tivessemos a sorte ou não de termos nascido naquele país.

O caso é que devemos sim estabelecer bases sólidas para sustentar nossa fé, estabelecendo a verdade de maneira sensata e sem violência seja ela física ou moral, promulgando-a sem imposição de espécie alguma, afim de não incorrermos no erro da injustiça, deixando o livre arbítrio ser exercitado como um atributo divino para aqueles que não se sentirem persuadidos pelo evangelho de Cristo no mínimo (e aqui estou sendo irônico)a idéia de que ainda assim podemos amá-los.

Preocupo-me com a condição de minha alma frente as sutis armas de ataque do inimigo, esse ser famigerado que parece exercer sua influência em todas as áreas de atuação humana, condicionando alguns persuadindo outros, sobre tudo preocupo-me com o rumo de meus próprios passos em busca da verdade, mas continuo a caminhar e é por reconhecer que não há, nunca houve ou haverá amor maior do que o de Cristo que devo persistir até sua volta.

De Thiago Peixoto - Goiânia GO

Por Saulo Diniz Ferreira - Brasília DF

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