segunda-feira, 30 de novembro de 2015 | By: Saulo Diniz Ferreira

Masmorra sideral de Reflexões



Início Alternativo
    Para que eu possa lhes contar está curiosa história, preciso antes perguntar:
-- Você acredita em fantasma?
    Não... O que vou contar não é uma história de assombrações e nem nada que vá te amedrontar. A pergunta é para o caso de você ser alguém do tipo que questiona sobre “se existe ou não” ou “se é fato ou invenção”.
   
Começo (Caso ache que deva começar daqui)
    Tudo começa, ou continua, quando o Viajante Alheio, em um momento qualquer de um tempo que não é importante está em sua casa, ou eu diria “Cápsula”, olhando pelo redondo painel blindado, instalado em seu cativeiro de reflexões. Sua casa é chamada assim, pois, desde que se lembra, está ali sozinho e não conhece ninguém além de si mesmo e condicionou-se apenas em pensar. Pensar era sua natureza, sua cultura, seu “Status Quo”.

    Vive sempre com seus pensamentos voltados para fora de sua realidade, que por sinal não é somente cheia de mistérios e curiosidades, mas também em considerações sobre sua relação com os detalhes do claustrofóbico mundo esférico onde vive, ou eu diria novamente, “Cápsula”.
   
    Sim, “Cápsula”, porque literalmente o Viajante Alheio habita em um experimento sideral que flutua em círculos (Sobre uma soberana luz que brilha lá fora e sobre si mesmo), tendo consigo somente objetos que para ele ainda é indecifrável, embora ele sinta algo família, de amigável e que parece fazer parte de sua essência. Os objetos, todos em lugar de destaque, formam uma espécie de altar, em um lugar de destaque e tem se tornado o centro da sua morada. Está lá, um cruz com um tipo de criatura afixado com pregos pelos membros em suas extremidades, uma bandeira verde com uma meia lua voltada para cima na cor vermelha, uma outra bandeira com uma estrela de seis pontas nas cores branco e azul, uma outra criatura mais robusta, sem pelos e em posição de meditação, outro descrito e retratado como uma criança comendo manteiga ou um jovem rapaz tocando uma flauta e por fim um espaço vazio, e esse espaço causava em Alheio uma inquietação , pois ele não sabia a causa do vazio, se era por que realmente não havia nada ali ou se não foi colocado nada por causa das dimensões limitadas de sua espaçonave. 

     O Viajante alheio, conseguia, sempre que a luz externa iluminava o interior de sua “Cápsula” olhar atentamente todos os objetos, que se apresentavam curiosos quando separados, mas que o fazia crer que tinham algo comum, um tipo de respeito e que ao mesmo tempo aquilo tinha algo haver com ele estar ali.

    Vendo Alheio que aquilo se tornava repetitivo e por mais que ele se esforçasse não chegaria a nenhuma resposta até que o mesmo responsável por tê-lo colocado ali junto com seus companheiros inanimados se apresentasse, foi tomado de um misto de opiniões, e juntou todo o seu “altar” em uma trouxa, fez um travesseiro, e dormiu... Dormiu confiante que seria resgatado pelo criador daquele projeto.

     Ali ele viveu até seus pelos crescerem e caírem, acreditando que tudo faria sentido e que no fim estaria a salvo!

Fim (caso seja mesmo)...

De: Saulo Diniz Ferreira - São Paulo
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