sexta-feira, 11 de dezembro de 2009 | By: Saulo Diniz Ferreira

O perdão - O Evangelho Maltrapilho


Haa, Se eu pudesse explicar com palavras o que a leitura do livro O EVANGELHO MALTRAPILHO proporcionou em minha vida. Deixo aqui um simples fragmento das palavras deste iluminado de Deus, Brennar Manning.

Talvez você já tenha ouvido esta história:

há quatro anos, numa grande cidade do extremo oeste, começaram a correr os rumores de que certa mulher católica estava tendo visões de Jesus. Os relatos chegaram ao arcebispo. Ele decidiu verificar. Existe sempre uma linha tênue entre o místico autêntico e a extremidade fanática.

—E verdade, minha senhora, que a senhora tem visões de Jesus? — perguntou o clérigo.
E — respondeu singelamente a mulher.
Então, na próxima vez que a senhora tiver uma visão, quero que peça que Jesus lhe conte os pecados que confessei na minha última confissão.
A mulher ficou perplexa.
Estou ouvindo direito, bispo? O senhor quer mesmo que eu peça a Jesus que me conte os pecados do seu passado?
—Exatamente. Por favor, ligue-me se alguma coisa acontecer.


Dez dias depois a mulher informou o seu líder espiritual da aparição mais recente.

—Por favor, venha — disse ela.
Uma hora depois o bispo havia chegado. Ele olhou-a nos olhos.
A senhora acaba de me dizer ao telefone que teve de fato uma visão de Jesus. A senhora fez o que pedi?
—Sim, bispo, pedi a Jesus que me contasse os pecados que o senhor confessou na sua última confissão.

O bispo inclinou-se para frente, na expectativa. Seus olhos se
estreitaram
O que Jesus disse?
Ela tomou a mão dele e olhou fundo nos seus olhos.
Bispo — ela disse, — essas são as exatas palavras dele: EU NÃO ME LEMBRO.

O cristianismo acontece quando homens e mulheres aceitam com inabalável confiança que seus pecados não foram apenas perdoados mas esquecidos, lavados no sangue do Cordeiro. Meu amigo, o arcebispo Joe Reia, diz: "Um cristão triste é um cristão falsificado, e um cristão culpado não é cristão coisíssima nenhuma".

A conversão da desconfiança para a confiança é forjada aos pés da cruz. "No Calvário da morte de Cristo os santos meditam, contemplam e experimentam o seu Senhor". Há uma conexão essencial entre experimentar Deus, amar a Deus e confiar em Deus. Você confiará em Deus apenas à medida que o ama. E você o amará à medida que o tiver tocado ou, mais exatamente, à medida que ele tiver tocado em você.

A cruz é um confronto com a esmagadora bondade de Deus revelada no corpo alquebrado do seu Filho unigênito. Nosso encontro pessoal, não meramente cognição intelectual, mas percepção experimentada do amor de Jesus Cristo, impele-nos à confiança. Há mais de trezentos anos Claude de la Columbiere, comentando sobre o jantar ao qual Jesus compareceu na casa de Simão, o fariseu, escreveu: "Está claro que, de todos os presentes, o que mais engrandece o Senhor é Madalena, que está tão persuadida da infinita misericórdia de Deus que todos os seus pecados lhe parecem apenas um átomo diante da sua misericórdia".

Somente o amor possibilita o salto de confiança, a coragem de arriscar tudo em Jesus, a prontidão de adentrar a escuridão guiado apenas pelo pilar de fogo. A confiança apega-se à fé de que tudo que acontece na nossa vida é projetado para ensinar-nos a santidade. O amor de Cristo inspira a confiança de agradecer a Deus a dor-de-cabeça incômoda, a artrite tão dolorosa, a escuridão espiritual que nos envolve; de dizer como : "temos recebido o bem de Deus; não receberíamos também o mal?"; de orar como Charles Foucald:

"Abba, abandono a mim mesmo nas tuas mãos. Faze de mim o que quer que queiras. Seja o que fizeres, te agradeço. Estou pronto para tudo: aceito tudo. Seja feita a tua vontade em mim e em todas as tuas criaturas. Não desejo mais do que isso, ó Senhor. Em tuas mãos entrego o meu espírito. Ofereço-te meu espírito com todo o amor do meu coração, pois te amo, Senhor, e dou-me a mim mesmo, entrego a mim mesmo em tuas mãos sem reservas, com confiança ilimitada, pois és meu Pai".

Brennan Manning o maltrapilho de ABBA
Em "O EVANGELHO MALTRAPILHO"

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